segunda-feira, 19 de março de 2012

O homem sem dinheiro




Ontem, deixámos os miúdos a matar saudades dos avós e fugimos até ao Colombo. Honestamente, não gosto de centros comerciais e o Colombo, para mim é demasiado grande, demasiado cansativo, mas a verdade é que tem lá coisas que me fazem feliz, como o Yo Sushi e a Fnac! E foi isso que fizemos. Depois de uma barrigada de sushi que nos soube tão bem e em que pudemos conversar à mesa sem atropelos dos pequenos, enfiámo-nos na Fnac. E mais uma vez fiquei como uma certeza: se um dia ficar desempregada (e com os miúdos na escola e eu com dinheiro para o gasóleo) sou miúda para me enfiar dias inteiros ali, entre livros. Mas é bom que não fique desempregada, porque a ficar nem dinheiro para a bicicleta tenho. Bom, mas isto tudo só para vos dizer que ontem à noite descobri este livro “O homem que vive sem dinheiro” e chegada a casa fui bisbilhotar na net para conhecer este tremendo fenómeno. Já conhecem o caso? Fundador da Freeconomiy, o empresário (de sucesso) Mark Boyle decidiu mudar radicalmente de vida, prescindiu dos luxos e costumes da cidade, mudou-se para o campo e há três anos que vive sem qualquer cêntimo. Come o que cultiva e consegue coisas através da troca directa. Diz ele que o mundo está a entrar em colapso e é preciso fazer escolhas. Que é preciso dizer não ao consumo pela sustentabilidade da natureza. Diz ele ainda que é de facto possível viver sem qualquer moeda na carteira. Tem um computador alimentado a energia renovável. Lava a roupa na ribeira. Come o que a terra dá, tendo por isso, uma alimentação absolutamente sazonal. Diz mais: que nunca foi tão feliz, como é agora. A vida social mudou, mas garante que muitos são os amigos que o visitam na sua roulotte, onde vive. É toda essa experiência que Mark Boyle testemunha agora em livro. Recentemente, o autor esteve em Portugal e houve um interesse tremendo em ouvir esta sua experiência, tanto de portugueses, como estrangeiros que vieram até cá de propósito para o ouvir. Eu fiquei mesmo curiosa para saber mais sobre este estilo de vida minimalista. Não me vejo a ter uma experiência parecida, só em caso extremo, mas acredito que é possível viver com menos. Com muito menos.

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