domingo, 13 de junho de 2010

As Bolas da Foz

Aos domingos é assim. Permite-se tudo. Pode dormir-se até mais tarde (quando os filhos não resolvem acordar ainda mais cedo do que nos dias de trabalhos, porque nesses quase que é preciso arrancá-los da cama). Pode-se não almoçar e juntar o pequeno-almoço a essa hora com um lanche almoçarado, ou um brunch como agora está tão em voga. Dizem que no Chiado há Brunches de trás da orelha, mas isto de eu viver a 50 km de Lisboa e de obrigatoriamente ter de os percorrer de segunda a sexta, faz com que aos domingos queira dar folga aos quilómetros, e, claro, ainda não fui até lá. Também há quem aproveite para fazer um daqueles almoços de família, juntar muita gente, muita risada e trabalho na cozinha que chegue para uma semana. Eu cá, sou adepta dos domingos sem regras, sem pressões, sem horas e sem dietas. É por isso que aos domingos dou grandes facadas nas leis da boa nutrição. Este domingo acordou tão soalheiro que vesti os miúdos para a praia, não me lembrei foi de fazer primeiro uma investida à varanda virada a norte, de frente para a praia. Resultado: à chegada à praia da Foz do Lizandro, praia maravilhosa para quem tem gente minúscula, o frio vencia o sol. Sentámo-nos pois a beber café e a comer a boa da Bola de Berlim. É um ritual, acredito. Quem vai à Foz do Lizandro tem que comer uma Bola de Berlim. São diferentes das outras, com um creme, igualmente de ovo, mas mais esbranquiçado, sem aquele amarelo sintético. Uma ma-ra-vi-lha, podem confiar. Do Limipicos ao Na Onda, que é como quem diz, de uma ponta à outra, não há esplanada que não as venda. E à minha volta, enquanto punha a leitura em dia, ao lado do príncipe mais pequeno, e enquanto a princesa mais crescida tentava ir a banhos com o pai, não vi nenhuma mesa sem a sua Bola da ordem. Um ritual domingueiro que, eu sei, vai instalar-se no meu rabiosque para o resto do Verão. Mas que sabe bem, sabe... Paciência: o resto da semana fico a sopa.

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