sexta-feira, 5 de setembro de 2008

“Cabaret” de Diogo Infante é Grandioso



Estreia dia 10, próxima quarta-feira, eu já vi e garanto-vos:está extraordinário. Falo de “Cabaret” o famoso musical londrino que também fez história na Broadway, que finalmente chega a solo nacional por intermédio e persistência de um dos maiores valores do teatro português. Há muito que sou absolutamente fã do trabalho de Diogo Infante, tanto como actor, como mentor de um projecto ou mesmo a nível pessoal, gosto da maneira como e ele encara a vida, e quase sempre saio do Maria Matos (equipamento onde é director demissionário e onde o temos visto ultimamente em palco) com a sensação de que aquele espectáculo que acabei de ver é a sua maior peça. Pois “Cabaret” não foi excepção e digo-vos com total convicção: foi dos melhores espectáculos que vi em Portugal nos últimos tempos, senão mesmo o melhor de 2008. É verdade que vendo agora em palco, sem nos lembrarmos das provas de casting que na final até foram alvo do programa da RTP “À Procura de Sally”, parece que Ana Lúcia Palminha nasceu para ser Sally Bowles, mas mais do que isso, a peça tem todo um elenco poderosíssimo, a começar talvez por Pedro Laginha, que faz par romântico com Ana Lúcia Palminha. Sabemos de antemão que para além de actor, Pedro Laginha tem uma banda, mas de facto encaixa muito bem na pele do romântico Cliff Bradshaw: a postura, a elegância, a ingenuidade. Depois há outros nomes, como Henrique Feist e Isabel Ruth que merecem aplausos de pé. O primeiro está imparável como Mestre de Cerimónias enquanto a actriz mostra como é uma verdadeira senhora em palco, no papel de uma mulher séria e vivida, que aluga quartos em Berlim. O final da peça é pesado, mas absolutamente bem conseguido. Há um choque imenso entre a euforia de viver num clube nocturno e o que a cidade de Berlim vai transformar-se com a chegada da Era Nazi. A peça estreia dia 10 e mantém-se em cena até dia 28 de Dezembro, de quarta-feira a sábado, às 21h30 e domingos, pelas 17 horas. Tem duas horas e meia de duração, mas quando chegarem ao final vão querer voltar e ver mais uma vez. Garanto: vale muito a pena. Os mais sinceros parabéns a Diogo Infante pela belíssima encenação.
(Fotografia de Margarida Dias, cedida pela produção para imprensa)

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